ANATOMIA DENTAL

ESCOLA TÉCNICA KLYMUS

CURSO TÉCNICO EM PRÓTESE DENTÁRIA

ANATOMIA DENTAL

DOCENTES: Mestre Doutorando CD Édio Giacomelli
TPD Sérgio Nowakowski
TPD Valéria Bonilha
PORTO ALEGRE
MAIO/2012

APRESENTAÇÃO

Este material foi desenvolvido com o intuito de transmitir ao Técnico em Prótese
Dental conhecimentos da rotina na prática de escultura e anatomia dental.
Dentro do conteúdo relacionado serão apresentadas ao TPD noções de conceitos
básicos da anatomia bucal, fundamentos para o conhecimento de cada elemento dentário
bem como sua nomenclatura, localização e posicionamento no arco dentário, além de
conhecimentos sobre a forma anatômica de cada elemento dentário.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 11 E 21 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
INCISIVO CENTRAL SUPERIOR

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Incisal – Raiz

Face Vestibular

O incisivo central superior tem uma face que pode ser inscrita em um trapézio de
grande lado incisal. É uma face convexa cuja maior convexidade se localiza no terço cervical,
determinando o aparecimento de uma bossa vestibular. A partir dessa elevação, a face
vestibular torna-se mais plana. Nesta face verificam-se, em dentes jovens ou com pouco
desgaste, dois sulcos longitudinais que partem da bossa vestibular e atingem a borda incisal,
dividindo a face vestibular em três segmentos: um segmento distal, grande; um segmento
mesial de tamanho intermediário e; um segmento médio de tamanho variável.
Quatro bordas limitam esta face vestibular: a borda cervical, bastante curvilínea, cuja a
convexidade está voltada para a raiz; a borda distal oblíqua e convergente para a raiz, mais
inclinada e menor que a borda oposta ou mesial; a borda mesial, igualmente oblíqua para a
raiz, porém bem menos inclinada que a borda distal; borda incisal, mais ou menos retilínea nos
dentes jovens e que se vai tornando inclinada para o lado distal, à medida que o dente
continua a sofrer ação do desgaste.
No ponto de encontro das quatro bordas formam-se ângulos arredondados e triedros.
O ângulo distal é bastante arredondado com um certo grau de atrição ou abrasão mecânica
fisiológica. Torna-se obtuso com o aumento do desgaste dando condições de se determinar o
lado o qual o dente pertence. Já o ângulo mesial, sempre mais aguçado, quase em ângulo
reto, não se transforma, mesmo com desgaste apreciável.

                                                               Fig. 1: Face Vestibular
Face Palatina

Também se enquadra em um trapézio de grande lado incisal, possuindo dimensões
ligeiramente menores, quer no sentido cérvico-incisal, quer no sentido mésio-distal. Ao
contrário da face vestibular, a face lingual apresenta-se bastante escavada nos 2/3 inferiores
de sua extensão, constituindo a fossa lingual. Esta, é limitada lateralmente, por duas cristas
marginais, e superiormente pelo cíngulo, que às vezes é bastante desenvolvido,
transformando-se em tubérculo lingual. As cristas marginais são largas ao nível do cíngulo e
vão se tornando estreitas à medida que se aproximam da borda incisal.Quatro bordas e
quatro ângulos, semelhantes aos da face vestibular, são encontrados na face lingual do incisivo central superior.
                                                               Fig. 2: Face Palatina
Faces de Contato

As faces proximais ou de contato, mesial e distal, podem ser inscritas num trapézio
irregular ou num triângulo de base cervical, dependendo do grau de desgaste do dente. Estas
faces apresentam maior convexidade no terço incisal do dente, sendo que nos dois terços
restantes apresentam-se planas ou ligeiramente escavadas. Das duas faces, a face mesial é
sempre a mais plana e maior, possuindo a face distal um modelado mais nítido e tendo maior
inclinação. Estas faces são limitadas por três bordas distintas: a borda vestibular, convexa no
terço cervical (correspondendo a bossa vestibular), plana e vertical no restante de sua
extensão; a borda lingual, côncavo-convexa, com a concavidade ocupando os dois terços
incisais da borda cervical curvilínea e de concavidade voltada para a raiz.

                                                  Fig. 3: Faces de contato dos incisivos
Face Incisal

Esta face praticamente não existe, pois nos dentes incisivos é mais uma borda cortante
ou, quando muito, uma faceta devido ao desgaste do dente. Nos dentes jovens a borda incisal
caracteriza-se pela presença de 3 dentículos que formam a conhecida como “flor de lírio”. Este
denticulado, com o decorrer do tempo, vai se apagando e a borda transforma-se numa faceta
plana e inclinada para o lado distal.



                                                          
                                                                    Fig. 4: Face Incisal
Raiz

A raiz do incisivo central superior é cônica e mais grossa no terço cervical, tornando-se
mais fina no terço médio. Apresenta-se com um certo grau de achatamento mésio-distal e
aspecto triangular quando vista em corte. O desvio distal da raiz é discreto. Todavia, percebese
que o ângulo formado do que o correspondente mesial.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 12 E 22 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
INCISIVO LATERAL SUPERIOR

O incisivo lateral superior é um dos dentes mais variáveis da dentadura humana sendo
semelhante ao incisivo central. Observando-se ambos, verifica-se que o incisivo lateral tem
uma coroa mais estreita no sentido mésio-distal, sendo que o segmento distal tende a ser mais
inclinado, aproximando-se da morfologia do canino.

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Incisal - Raiz

Face Vestibular

Tem como característica principal sua forma trapezoidal, cujo o ângulo distal é mais
arredondado que o incisivo central superior, quando já existe um grau de desgaste. Os sulcos
dessa face não são tão nítidos, porém estão presentes e a convexidade geral da face acentuase
mais do que o incisivo central devido às suas dimensões mais reduzidas. A borda cervical é a
mais convexa por apresentar um raio de curvatura menor; a borda incisal é bastante inclinada
para cima e para o lado distal, apresentando-se com dois segmentos: um mesial, pouco
inclinado e um distal bem mais inclinado.
                                                       
                                                                Fig. 1: Face Vestibular
Face Palatina

Muito irregular e bastante côncava, em virtude das suas dimensões serem menores
que as do incisivo central. A fossa palatina é bem limitada pelas cristas marginais e pelo cíngulo
proeminente. Não raro possui o buraco cego com freqüência maior que a do incisivo central.
                                                        
                                                                  Fig. 2: Face Palatina
Faces de Contato

São triangulares, com o diâmetro maior cervical. A face distal é bem menor que a
mesial, mais convexa e de modelado mais nítido. Ambas as faces têm a maior convexidade
próxima ao terço incisal, enquanto que nos restantes dois terços estas faces são planas ou
ligeiramente escavadas.                                     
                                                                                  

                                                        
                                                               Fig. 3: Face de contato
Face Incisal

É muito reduzida no dente sem desgaste. Algumas vezes assemelha-se à do incisivo
central, porém em outros dentes parece-se com a do canino, devido à grande inclinação do
segmento distal desta borda. Quando isto acontece, notam-se dois segmentos distintos: um
mesial, quase horizontal, e um distal, bastante inclinado, existindo entre ambos um ângulo
arredondado.
                                                           
                                                                    Fig. 4: Face Incisal
Raiz

A raiz do incisivo lateral superior é ligeiramente mais achatada no sentido mésio-distal do
que a do incisivo central. É mais delgada e tem sulcos laterais com maior freqüência que o
dente precedente. O desvio distal do ápice radicular evidencia-se mais neste dente.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 13 E 23 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
CANINO SUPERIOR

O canino superior é o mais longo e um dos mais desenvolvidos da dentadura humana. Tem a
forma de lança, sem praticamente ter variações nas dimensões verticais e transversais dando
ao dente uma forma intumescida e característica própria.

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Incisal - Raiz

Face Vestibular

É lanceolada e pode ser inscrita num pentágono de bordas arredondadas, sendo uma
face bastante convexa nos sentidos cérvico-oclusal e mésio-distal. Neste, são bem nítidos os
sulcos de desenvolvimento e a bossa vestibular. Os dois sulcos escavam mais ou menos
profundamente esta face, delimitando três segmentos de desenvolvimento desiguais: o lobo
mediano, maior, que corresponde à ponta aguçada que se observa na borda livre do dente; um
lobo distal, ligeiramente menor; e um lobo mesial, pequeno. A bossa vestibular, localizada no
terço cervical do dente, é nítida e volumosa. A partir dela, a face vestibular transforma-se
numa superfície inclinada para baixo e para o lado lingual, quando se observa o dente de
perfil.
A face vestibular limitada por quatro bordas. A borda cervical é semicircular, de
pequeno raio de curvatura e de convexidade voltada para a raiz; a borda mesial, divergente no
sentido oclusal, é convexa e desce até os ¾ da altura da coroa; a borda distal, mais divergente
e mais convexa que a mesial, é menos longa, descendo até 2/3 da altura da coroa; a borda
livre ou incisal, que apresenta a forma de um V, tem um segmento mesial menor e menos
inclinado, maior, que se acentua com o evoluir do desgaste natural do dente. Estes dois
segmentos estão divididos por uma ponta nítida no dente jovem e por uma ponta que tem
uma faceta plana no dente desgastado; esta ponta, no dente que sofre atrição acentuada, vai
se transformando numa superfície plana, desaparecendo por completo transformando a borda
incisal numa faceta bastante inclinada para o lado distal.
                                                      
                                                                 Fig. 1: Face Vestibular
Face Palatina

Sendo discretamente menor que a vestibular, possui o contorno pentagonal e
escavado nos dois terços oclusais, sendo bastante convexa no terço cervical, onde existe um
cíngulo volumoso e característico. O desenvolvimento do cíngulo pode atingir dimensões tais
que chega a formar-se na face palatina uma verdadeira cúspide. Desta saliência volumosa
emanam três outras, duas das quais constituem as cristas marginais mesial e distal; e a
terceira, mediana, mais volumosa que as cristas é algumas vezes subdividida. Estas saliências
estão separadas por sulcos longitudinais nítidos no dente bem formado.
                                                        
                                                                 Fig. 2: Face Palatina
Faces de Contato

São de aspecto triangular, convexas no sentido vestíbulo-lingual. Esta convexidade
acentua-se no terço incisal das faces. Entretanto, próximo à região cervical do dente, as faces
de contato tornam-se ligeiramente planas ou deprimidas. A face distal é menor e bem mais
convexa que a face mesial, particularmente ao nível do ângulo distal onde se desenvolve uma
bossa acentuada. A face mesial mostra-se mais plana, menos escavada no terço cervical, e com
modelado mais discreto que o da face distal.

                                                     
                                                               Fig. 3: Face de contato
Face Incisal

Esta face é de aspecto lanceolado ou perfurante, e de tal modo característica que
permite distinguir o canino em um exame visual. Tendo a forma de uma letra V de ramos
abertos e desiguais, formando um ângulo que se aproxima dos 90º, tem a porção distal desta
borda maior e mais inclinada, enquanto que o segmento mesial é mais plano.
                                                          
                                                                    Fig. 2: Face Incisal
Raiz

É a maior raiz dentária com um volume que faz saliência bem acentuada na face
vestibular do osso alveolar, chegando às vezes, a perfurar a delgada camada compacta desse
osso. É cônica com discreto grau de achatamento mésio-distal. Em secção transversal
apresenta-se ovalada, com a superfície vestibular mais larga do que a lingual. Há sulcos mesial
e distal, porém discretos. Devido ao seu tamanho, o desvio distal da raiz é bem percebido, e o
ângulo que se forma entre ela e a face distal é acentuado, o que permite saber com precisão a
que lado o dente pertence.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 14 E 24 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Oclusal – Raiz

Face Vestibular

Esta face apresenta semelhanças com a do canino superior. No entanto, observando
ambas as faces, verifica-se que a face vestibular do pré-molar é uma quarto mais curta que a
do canino. A morfologia desta face é em tudo semelhante à do canino, mas os detalhes
descritivos são um pouco mais apagados.

                                                               Fig. 1: Face Vestibular
Face Palatina

É menor, mais curta e mais estreita que a face vestibular, porém o modelado é
diferente. É uma face bastante convexa nos sentidos transversal e vertical, que se continua,
sensivelmente, com as faces mesial e distal. Este fato deve-se ao pronunciado
arredondamento das bordas que delimitam a face palatina. Possui uma bossa palatina no terço
cervical; a partir desta saliência, a face inclina-se para o lado vestibular, sendo perfeitamente
lisa, sem sulcos ou lobos, de cúspide arredondada.

                                                                 Fig. 2: Face Palatina
Faces de Contato

São faces trapezoidais, mais o trapézio é tão pouco evidente que muitos as consideram
com faces inscritas num quadrilátero. São faces alongadas no sentido vestíbulo-lingual, pois a
diferença entre o comprimento e a largura é de aproximadamente de 2,5 mm. Das quatro
bordas que delimitam as faces de contato, a vestibular é maior que a lingual, a cervical é
bastante côncava para a raiz e a oclusal tem o aspecto geral de um acento circunflexo de ápice
truncado, que corresponde à crista marginal.
A face distal é menor e mais convexa que a mesial, salientando-se um maior
pronunciamento da bossa distal no terço oclusal. Uma característica interessante que ajuda no
reconhecimento deste dente é a presença mais constante do prolongamento do sulco
principal, existente na face oclusal, na face mesial do primeiro pré-molar superior não
existindo tal detalhe na face distal.


                                                               Fig. 3: Face de contato
Face Oclusal

A face oclusal deste dente tem a forma trapezoidal irregular, de grande base
vestibular. Esta configuração é devida ao predomínio acentuado da face vestibular, de modo
que há grande convergência das faces proximais para o lado lingual. Observam-se nesta face,
duas cúspides volumosas, separadas por um sulco principal de direção mésio-distal. Este sulco
é para-central no primeiro pré-molar superior, deslocando-se mais para lingual, de modo que a
cúspide vestibular torna-se mais volumosa do que a lingual.
O sulco principal começa e termina em duas fossetas, distal e mesial, de aspecto
triangular. Além disso, o sulco mésio-distal é retilínea. Pequenos sulcos partindo deste sulco
principal, invadem as faces oclusais das cúspides vestibular e lingual, entalhando levemente
estas faces. Entre as fossetas mesial e distal e as respectivas faces proximais, há duas cristas
marginais bem desenvolvidas; a mesial geralmente é sulcada por uma prolongamento do sulco
principal.
As cúspides vestibular e lingual, que caracterizam os pré-molares, têm neste primeiro
pré-molar volumes diferentes: a cúspide vestibular é maior e, quando olhamos o dente de
perfil, percebe-se que ela ultrapassa, em altura, a cúspide lingual. Esta desigualdade do volume
cuspidiano permite uma diagnóstico mais ou menos preciso do primeiro pré-molar superior,
pois o mesmo não acontece no segundo pré-molar.
Cada cúspide é comparada a uma pirâmide de base quadrangular, com os planos
inclinados ou faces separadas por arestas arredondadas e uma ápice mais ou menos aguçado
do dente jovem. Das faces das pirâmides, duas são vestibulares ou linguais, de acordo com a
cúspide e as outras duas são forçosamente oclusais. Das arestas, uma é vestibular ou lingual e
duas são mésio-distais. Estas arestas mésio-distais, vestibulares e linguais, e mais as cristas
marginais, delimitam o espaço trapezoidal ou hexagonal da face oclusal propriamente dita.

                                                                 Fig. 4: Face Oclusal
Raiz

O primeiro pré-molar superior tem em mais ou menos 70% dos casos, bifidez de raiz
ou raízes duplas. Esta é, aliás, uma das características que o distinguem do segundo pré-molar
superior. A maioria dos primeiros pré-molares apresenta-se com raiz bastante larga no sentido
vestíbulo-lingual nos seus dois terços cervicais, enquanto que o terço apical mostra-se com
bifurcação total. Todavia, o grau de bifurcação pode ser tão acentuado, que se considera este
dente com birradiculado. Nestes casos, sulcos proximais profundos dividem a raiz em duas
partes, uma vestibular e outra lingual, determinando, também, bifurcação do canal radicular.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 15 E 25 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR

Este dente é semelhante ao primeiro molar diferenciando-se apenas pelo volume mais
reduzido e pelos detalhes anatômicos, por vezes não tão nítidos. No entanto, se colocados
isoladamente, é de difícil diagnóstico diferencial.

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face Vestibular

Perfis idênticos ao do primeiro pré-molar superior. Os detalhes anatômicos se
repetem, sendo este ligeiramente menor que o anterior.

                                                               Fig. 1: Face vestibular
Face Palatina

Possui uma altura quase igual à da face vestibular. Esta quase igualdade de
dimensões verticais das duas faces é uma característica importante no diagnóstico do dente
em questão, pois quando o observamos na sua posição normal na boca, tem-se a impressão
nítida de que a cúspide palatina é maior do que vestibular. Em outras palavras, a ponta da
cúspide lingual, devido a inclinação do dente no osso alveolar, é mais baixa que a da cúspide
vestibular e, quando se toma o dente isoladamente dos demais e o observamos por uma das
suas faces de contato, percebe-se que a cúspide lingual tem uma distância cérvico-oclusal
praticamente igual à da cúspide vestibular. Os detalhes anatômicos na face palatina repetemse
também neste dente.

                                                                 Fig. 2: Face lingual
Faces de contato

Podem ser inscritas num trapézio de grande base cervical e reproduzem a morfologia
das faces de contato do primeiro pré-molar superior. Todavia, raramente se nota o pequeno
sulco na face mesial, que existe, com alguma freqüência, na mesma face do primeiro prémolar.


                                                                Fig.3: Face de contato
Face Oclusal

Notam-se nesta face, algumas diferenças que devem ser descritas. Assim, o que mais
chama atenção é a situação do sulco principal mésio-distal. Este sulco, também retilínea, situase
para a central da face oclusal, fazendo com que as duas cúspides tenham um volume igual.
Aliás, a centralização do sulco intercuspidiano é um dos caracteres distintivos mais
interessantes para o diagnóstico deste dente. Este sulco, porém, pode ser menor e mais
irregular que o sulco do primeiro pré-molar. Além disso, a existência de outros pequenos
sulcos que irradiam do principal tornam as faces oclusais das cúspides de aspecto mais
marcado.

                                                                  Fig. 4: Face oclusal
Raiz

Em mais de 80% do casos, a raiz do segundo pré-molar superior é única, sulcada e
achatada no sentido mésio-distal.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 16 E 26 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR

Os primeiros molares, conhecido também pela denominação de dente dos seis anos,
época de sua fase de erupção, têm grande importância, pois, surge em uma fase de transição
juntamente com os dentes decíduos. As mães confundem este elemento com os demais
"dentes de leite", deixando-o desprotegido, raciocinando que os últimos dentes (molares
permanentes) "cairão" juntamente com os demais. Portanto, o cirurgião-dentista deve sempre
alertar os pais que se trata de um dente permanente.

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face Vestibular

O trapézio é a forma geométrica a qual assemelha-se o primeiro molar superior com
seu lado vestibular sendo a base maior e inferior do trapézio. Convexa em todos os sentidos,
suas cúspides estão separadas pela passagem de um sulco oclusal o qual termina nesta face
descrevendo uma fóssula triangular (fóssula vestibular), nunca terminando na cervical. A
porção mesial é mais alta e alcança maior altura. As bordas proximais são arredondadas,
convergentes para a raiz, com seus lados proximais, mesial e distal, apresentando uma ligeira
concavidade na cervical e convexidade em toda sua extensão, respectivamente. Esta face, em
particular, é menor que a face lingual.

                                                                Fig. 1: Face Vestibular
Face Lingual

Apresentando, também, um aspecto trapezoidal, a face lingual destaca-se por vários
motivos. Além de ser maior que a face vestibular, ocasionalmente, pode-se encontrar um
tubérculo localizado na união das faces lingual e mesial que eqüidista da cervical e da oclusal,
não participante do plano triturante, chamado tubérculo de Carabelli. A face lingual apresenta
seus lados proximais com maior convergências que na vestibular, com o mesial possuindo
maior altura e menor arredondamento que o distal, em razão dos tamanhos diferentes das
cúspides. Apresenta um sulco lingual que contrariamente ao sulco vestibular, termina
insensivelmente nesta face. Das bordas limitantes desta face, a cervical, bem mais curta que a
oclusal, é curva e de concavidade voltada para a raiz. A borda oclusal apresenta um segmento
distal nitidamente menor que o mesial.

                                                                 Fig. 2: Face palatina
Faces de Contato

A diferença entre a mesial e a distal reside na desproporção das cúspides e na
disposição da linha cervical. Na mesial há maior equilíbrio cuspídeo, na distal, maior diferença
de tamanho. A face mesial, irregularmente trapezoidal, de grande lado situado próximo da
borda cervical, é a mais larga das faces, não só do primeiro molar, com de qualquer outro
dente da dentadura humana. A face distal possui a mesma forma, porém, com dimensões
menores que a face oposta, de cerca de um milímetro a menos nos seus vários diâmetros.


                                                           Fig. 3: Face de contato
Face Oclusal

Rica em detalhes, vista de frente, apresenta formato trapezoidal irregular com o
grande lado do trapézio voltado para a lingual. Apresenta três fóssulas, em sua grande maioria:
a fóssula mesial e distal, localizadas junto das cristas marginais respectivas e uma fóssula
menor, denominada triangular central, localizada na parte média, ao nível da angulação que
faz o sulco intercuspídico mésio-distal com o vestíbulo-oclusal. Os sulcos que separam as
quatro cúspides deste molar, dispõem-se em forma de um H muito irregular, de ramos curvos
e abertos. O sulco intercuspídico vestíbulo-central ou vestíbulo-oclusal separa a cúspide mésiovestibular
da disto-vestibular. O sulco intercuspídico mésio-central separa a cúspide mesiovestibular
da mésio-lingual. O sulco intercuspídico disto-lingual separa a cúspide disto-lingual
da ponte de esmalte.
As cúspides, constantemente em número de quatro, são denominadas de: mésiolingual,
mésio-vestibular, disto-lingual e disto-vestibular. As cúspides linguais são mais
salientes que as vestibulares. As cúspides mésio-lingual e disto-vestibular estão em contato
íntimo por uma junção por meio de uma ponte de esmalte, uma formação prismáticotriangular
com grande freqüência, porém, pode apresentar-se interrompida (20,4% - Della
Serra). As cúspides mésio-vestibular e disto-lingual são separadas por toda a espessura do
maciço da ponte de esmalte. O formato individual de uma cúspide é o de uma pirâmide de
base quadrangular, com exceções.

                                                               Fig. 4: Face oclusal
Raiz

Apresenta constantemente três raízes, duas vestibulares e uma palatina. A raiz
palatina é a mais robusta e mais comprida, sendo a mais cônica e mais regular das raízes
dentais, ligeiramente achatada no sentido vestíbulo-lingual com sua face lingual, às vezes,
apresentando ligeiramente um leve sulco. A raiz mésio-vestibular, vista por sua face mesial,
reveste aspecto nitidamente triangular e percorrida por um leve sulco enquanto a distal é
côncava e profundamente sulcada. A raiz disto-vestibular é menor e mais estreita que a
precedente com sua face mesial côncava e percorrida por um sulco longitudinal. Sua face distal
é convexa não apresentando sulco.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 17 E 27 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
SEGUNDO MOLAR SUPERIOR

Os segundos molares assemelham-se aos primeiros molares. No entanto, suas
dimensões são diversas daqueles. As características das faces destes elementos dentários
seguem praticamente todas os sinais apresentados pelos primeiros molares, excetuando-se
pontos específicos.

Faces: Vestibular - Palatina - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face Vestibular

O trapézio é a forma geométrica a qual assemelha-se o primeiro molar superior com
seu lado vestibular sendo a base maior e inferior do trapézio. Demais características
semelhantes ao primeiro molar superior: convexa em todos os sentidos, suas cúspides estão
separadas pela passagem de um sulco oclusal o qual, diferentemente do seu antecessor,
poucas vezes termina nesta face descrevendo uma fóssula triangular (fóssula vestibular). A
porção mesial é mais alta e alcança maior altura. As bordas proximais são arredondadas,
convergentes para a raiz, com seus lados proximais, mesial e distal, apresentando uma ligeira
concavidade na cervical e convexidade em toda sua extensão, respectivamente.

                                                               Fig. 1: Face Vestibular
Face Lingual

Apresentando, também, um aspecto trapezoidal. Não se encontra o tubérculo de
Carabelli localizado na união das faces lingual e mesial. A face lingual apresenta seus lados
proximais com maior convergências que na vestibular. Apresenta um sulco lingual discreto. A
borda cervical, bem mais curta que a oclusal, é curva e de concavidade voltada para a raiz. A
borda oclusal apresenta um segmento distal nitidamente menor que o mesial.

                                                                 Fig. 2: Face palatina
Faces de Contato

Suas características delineam os mesmos sinais presentes no primeiro molar superior,
excetuando-se a presença do tubérculo de Carabelli.


                                                             Fig. 3: Face de contato
Face Oclusal

Descreve formato trapezoidal irregular e por vezes apresenta formato triangular
quando há ausência da cúspide disto-lingual, fato não raro. As cúspides, constantemente em
número de quatro, são denominadas de: mésio-lingual, mésio-vestibular, disto-lingual e distovestibular.
O formato individual de uma cúspide é o de uma pirâmide de base quadrangular,
com exceções.
A cúspide disto-lingual apresenta menor volume que as demais. Os sulcos
apresentam-se semelhantes ao primeiro molar superior, verificando-se diferença na presença
patente de um sulco unindo as fossetas central e dista, dividindo a pote de esmalte que
conectaria as cúspides mésio-lingual e disto-vestibular. A forma diversa, sem a cúspide distolingual,
define alteração no desenho dos sulcos, divergindo do formato em H, presente na
figura abaixo, para formato em T.

                                                                     Fig. 4: Face oclusal
Raiz

Apresenta constantemente três raízes, duas vestibulares e uma palatina. Suas
dimensões quando comparadas com as raízes do primeiro molar são menores. As raízes
vestibulares apresentam inclinação para a distal, sendo que há união destas em diversas
oportunidades.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 31 E 41 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
INCISIVO CENTRAL INFERRIOR

Apresenta morfologia simples e é o menor dente humano. Possui coroa bem
espatulada e bastante achatada no sentido vestíbulo-lingual.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Incisal - Raiz

Face Vestibular

Apresenta forma de trapézio isósceles, com pouca diferença de comprimento nas duas
bases, grande altura e lados pouco inclinados. Possui maior convexidade no terço cervical, no
qual se observa uma discreta bossa vestibular e pouca convexidade no sentido mésio-distal
devido ao desenvolvimento semelhante dos três lóbulos vestibulares. O lóbulo central é
levemente menor que o mesial e o distal e as depressões que os separam são pouco nítidas.
Possui inclinação acentuada para o lado lingual. Delimitada por quatro bordas: cervical,
de pequeno raio de curvatura e as bordas proximais, discretamente convergentes para a raiz.
A borda distal tem uma inclinação mais acentuada, porém difícil de ser percebida. Além disso,
a borda mesial torna-se menor que a distal quando há uma atrição maior da face incisal. No
dente sem desgaste, a borda incisal é quase retilínea. Os ângulos mesial e distal, desta face,
são sempre retos ou agudos, mesmo com o desgaste na borda incisal.

                                                                   Fig.1: Face Vestibular
Face Lingual

Tem forma parecida com a vestibular, porém nitidamente triangular. Possui
modelado discreto e percebem, ainda os mesmos detalhes das faces linguais dos incisivos
superiores. A fossa lingual, bastante rasa, é limitada por cristas marginais pouco marcadas e
por um cíngulo discreto.

                                                                 Fig.2: Face lingual
Faces de Contato

Sua forma se assemelha a um triângulo isósceles. A borda cervical apresenta
disposição semelhante à dos dentes incisivos superiores, porém com as inclinações das
vertentes mais diminutas. Borda vestibular, convexa e com igual inclinação que o lado lingual,
que é convexo na cervical e côncavo nos terços médio e incisal. O vértice, incisal, fica colocado
em um ponto eqüidistante de ambos os lados e coincide com o eixo do dente. As bossas
proximais são discretas, o que transforma estas faces de contato em superfícies quase planas.


                                                              Fig. 3: Faces de contato
Face Incisal

É representada por uma simples borda retilínea nos dentes jovens e com pouco
desgaste. Transforma-se numa faceta plana e oblíqua para o lado mesial no dente desgastado.
Ocupa um plano horizontal bem inclinado de vestibular para lingual. Os lados vestibular e
lingual tem uma curvatura pouco perceptível, que aumenta a nível dos ângulos mésio e distoincisais.

                                                                   Fig. 4: Face incisal
Raiz

Pequena, alargada no sentido vestíbulo-lingual, bastante achatada no sentido mésiodistal
e sulcada. Os sulcos mesial e distal são muito evidentes e muitas vezes chegam a separar
a raiz, parcial ou totalmente, em dois segmentos, vestibular e lingual.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 32 E 42 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
INCISIVO LATERAL INFERIOR

É maior que o incisivo central inferior (mais longo e maior o diâmetro transversal).
Acentua-se nele as características anatômicas, perdendo o dente a regularidade do central.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Incisal - Raiz

Face Vestibular

Forma de trapézio escaleno mais nítida que no central, porque aumenta a inclinação
dos lados proximais, sobretudo o distal.
A borda incisal é inclinada de mesial para distal. Em adultos pode aparecer com duas
vertentes, tal qual nos laterais superiores. Nesses dentes, tal disposição reconhece uma
origem embrionária; nos inferiores é causada por atrição. Quando os dentes ocluem, a parte
que entra em contato é a borda incisal do central e a porção mesial da borda do lateral. O
central vai-se desgastando de forma regular e mantém sua orientação. Entretanto, no lateral,
o desgaste vai ocorrendo de mesial para distal e seguindo o plano que os superiores fixam, de
baixo para cima.

                                                                 Fig. 1: Face Vestibular
Face Lingual

Ligeiramente mais escavada que a do incisivo central inferior, mas seus detalhes são
pouco nítidos.

                                                                Fig. 2: Face Lingual
Faces de Contato

São triangulares e de tamanhos diferentes. A face distal é menor e seu modelado é
um pouco mais acentuado que o da face mesial. A face distal está em contato com a face
mesial do canino e a face mesial com a distal do incisivo central.


                                                                 Fig.3: Faces de contato
Face Incisal

Esta não é retilínea no dente jovem, porém com a atrição progressiva a inclinação
distal vai aumentando a ponto de separá-la em dois segmentos distintos, sendo o segmento
distal maior e mais inclinado do que o mesial.

                                                                  Fig. 4: Face incisal
Raiz

Maior que a do dente precedente, é também achatada no sentido mésio-distal e achase
sulcada lateralmente

ELEMENTOS DENTÁRIOS 33 E 43 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
CANINO INFERIOR

Sua coroa é mais longa que a do superior.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Incisal - Raiz

Face Vestibular

Forma hexagonal, e bastante alongada. Os diâmetros, que eram muito parecidos no
superior, são agora de valores muito diferentes. Esta face apresenta uma acentuada inclinação
para lingual. De modo geral, a morfologia desta face repete a do canino superior, porém com
um modelado mais suave. O desgaste da borda incisal, faz-se na oclusão normal, sempre às
espessas do esmalte vestibular.
A superfície é convexa em ambos os sentidos, com grande inclinação cérvico-incisal.
No 1/3 cervical são notáveis uns estriamentos, de trajeto paralelo ao da linha do colo,
denominadas periquimáceas, que correspondem à manifestações externas das estrias de
Retzius.

                                                                Fig 1: Face vestibular
Face Lingual

Com forma e inclinação semelhante à vestibular. Dentro de limites parecidos, salvo
no que se refere à borda oclusal, mostra uma superfície com acidentes semelhantes aos
encontrados na face homóloga dos incisivos inferiores, leve depressão, cristas marginais pouco
marcadas, fossa lingual e sulcos de desenvolvimento, os quais são pouco marcados. A ausência
do buraco cego é regra.

                                                               Fig 2: Face lingual
Faces de contato

Triangulares e ligeiramente convexas no terço incisal, são escavadas no restante.
Quando se observa o canino inferior por uma das faces de contato, nota-se que a borda
cervical é mais baixa no lado lingual que no vestibular. A face mesial é ligeiramente inclinada e
não muito convexa. A distal é mais inclinada e convexa.


                                                                Fig 3: Faces de contato
Face Incisal

Tem o aspecto de letra “v”, com o vértice bastante deslocado para a mesial, porém o
que o distingue do canino superior é a grande inclinação, que mais se acentua com o desgaste.

                                                                   Fig 4: Face Incisal
Raiz

Menor e menos volumosa, oferece em relação com os diâmetros transversais da
coroa, uma secção ovóide com estreitamento mésio-distal, em alguns casos, não muito
freqüentes, leva a uma bifurcação apical.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 34 E 44 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR

Os pré-molares inferiores apresentam-se em ordem crescente no sentido mésio-distal.
Possui aspecto mais circular de sua coroa e desigual volume de suas cúspides.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face vestibular

Pode ser inscrita num pentágono. No seu terço cervical nota-se uma bossa vestibular
proeminente; a partir dela, a face é mais plana e bastante inclinada para o lado lingual. Esta
inclinação é tão acentuada que a ponta da cúspide vestibular chega a corresponder ao eixo do
dente.

                                                                    Fig. 1: Face vestibular
Face Lingual

Forma pentagonal e extremamente pequena. Menos convexa que a vestibular no
sentido cérvico-oclusal, porém mais no mésio-distal. Esta face pode atrofiar-se a ponto de
transformar-se num cíngulo semelhante ao dos dentes anteriores. Esta redução acentuada da
cúspide lingual é característica fundamental para o reconhecimento do dente. A bossa lingual
situa-se no terço médio desta face.

                                                                Fig. 2: Face lingual
Faces de Contato

Seu aspecto pode ser inscrita numa figura romboidal ou, como querem alguns, num
trapézio irregular. Possuem uma bossa mais ou menos pronunciada no terço oclusal, mas no
restante estas faces são ligeiramente deprimidas e bastante convergentes em direção à raiz.


                                                               Fig. 3: Face de contato
Face Oclusal

Apresenta um contorno circular ou às vezes ovalar. O sulco intercuspidiano bastante
curvo, de concavidade voltada para o lado vestibular. Este sulco é para central e separa a face
oclusal em dois segmentos ou cúspides: uma cúspide vestibular grande, nítida, e outra lingual,
pequena, atrofiada e por vezes ausente, substituída por um tubérculo. Neste dente o sulco
principal é constantemente interrompido por uma ponte nítida de esmalte que liga as duas
cúspides na parte média e transforma o sulco intercuspidiano em duas fossetas profundas. A
porção vestibular é, em média, duas vezes mais volumosa que a lingual, dando a esta face
bastante inclinação para o lado lingual.

                                                                   Fig. 4: Face oclusal
Raiz

Geralmente única. Pode, entretanto, ser bífida ou dupla, devido ao grau de
achatamento que possui e ao fato de que dois sulcos, mesial e distal, estão sempre presentes.
Em secção transversal a raiz é ovalada.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 35 E 45 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR

Maior e mais bem conformado que o primeiro pré-molar inferior.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face Vestibular

Perfis idênticos ao do primeiro pré-molar superior. Os detalhes anatômicos se
repetem, sendo este ligeiramente menor que o anterior.

                                                                  Fig. 1: Face vestibular
Face Lingual

Possui uma altura quase igual à da face vestibular. Esta quase igualdade de dimensões
verticais das duas faces é uma característica importante no diagnóstico do dente em questão,
pois quando o observamos na sua posição normal na boca, tem-se a impressão nítida de que a
cúspide lingual é maior do que vestibular. Em outras palavras, a ponta da cúspide lingual,
devido a inclinação do dente no osso alveolar, é mais baixa que a da cúspide vestibular e,
quando se toma o dente isoladamente dos demais e o observamos por uma das suas faces de
contato, percebe-se que a cúspide lingual tem uma distância cérvico-oclusal praticamente
igual à da cúspide vestibular. Os detalhes anatômicos na face lingual repetem-se também
neste dente.

                                                               Fig. 2: Face lingual
Faces de Contato

Podem ser inscritas num trapézio de grande base cervical e reproduzem a morfologia
das faces de contato do primeiro pré-molar superior. Todavia, raramente se nota o pequeno
sulco na face mesial, que existe, com alguma freqüência, na mesma face do primeiro prémolar.


                                                             Fig. 3: Faces de contato
Face Oclusal

Notam-se nesta face, algumas diferenças que devem ser descritas. Assim, o que mais
chama atenção é a situação do sulco principal mésio-distal. Este sulco, também retilínea, situase
para a central da face oclusal, fazendo com que as duas cúspides tenham um volume igual.
Aliás, a centralização do sulco intercuspidiano é um dos caracteres distintivos mais
interessantes para o diagnóstico deste dente. Este sulco, porém, pode ser menor e mais
irregular que o sulco do primeiro pré-molar. Além disso, a existência de outros pequenos
sulcos que irradiam do principal tornam as faces oclusais das cúspides de aspecto mais
marcado.

                                                                  Fig. 4: Face oclusal
Raiz

Em mais de 80% do casos, a raiz do segundo pré-molar superior é única, sulcada e
achatada no sentido mésio-distal.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 36 E 46 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
PRIMEIRO MOLAR INFERIOR

É o dente humano mais volumoso. Apresenta-se normalmente com cinco cúspides
(três vestibulares e duas linguais). Todavia pode se apresentar com quatro cúspides. As mães
confundem este elemento com os demais dentes decíduos, deixando-o desprotegido,
raciocinando que o este dente "cairá" juntamente com os demais. Portanto, o cirurgiãodentista
deve sempre alertar que se trata de um dente permanente.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face Vestibular

Convexa nos sentidos mésio-distal e cérvico-oclusal. Possui uma inclinação bastante
acentuada para o lado lingual. Esta limitado por quatro bordas: cervical, com convexidade
voltada para a raiz; duas bordas proximais, convexas e bastante inclinadas para o colo
anatômico, sendo a distal menor que a mesial; borda oclusal, formada por três segmentos em
forma de “V” invertido: um mesial maior, um mediano, e um distal, menor, que correspondem
às arestas longitudinais das cúspides vestibulares.
Apresenta dois sulcos: um mésio-vestibular, mais nítido e termina na fosseta triangular
situada no terço cervical; a outra, disto-vestibular mais discreto que termina suavemente no
terço médio sem constituir depressão alguma. Em conseqüência destes, a face vestibular é
dividida em três lobos - mesial (maior), mediano, distal (menor).
Nos primeiros molares tetracuspidados, falta o sulco disto-vestibular e,
conseqüentemente, a face vestibular mostra apenas dois lobos - mesial e distal - dos quais o
mesial continua sendo o de maior superfície.

                                                                    Fig. 1: Face Vestibular
Face Lingual

Semelhante a vestibular, porém mais convexa e menor que aquela. Limitada por
quatro bordas: cervical, ligeiramente convexa ou apresentando uma ponta de esmalte que
divide esta borda em dois segmentos planos ou ligeiramente côncavos; duas bordas proximais,
convexas, sendo a distal menor; a borda oclusal, constituída por dois segmentos separados por
um sulco menor, quase mediano, que corresponde às cúspides linguais, das quais a mésiolingual
é a maior. Presença de uma bossa menor, nítida ao nível do terço médio.

                                                              Fig. 2: Face lingual
Faces de Contato

Trapezoidais, com maior convexidade no terço oclusal e ligeiramente escavadas nos
terços restantes. A face distal tem um modelado mais acentuado por ser de dimensões mais
reduzidas. Na borda oclusal destacam-se a borda oclusal, que tem o aspecto de um “V” de
ramos bem abertos e de ápice truncado pelas cristas marginais.


                                                            Fig. 3: Faces de contato
Face Oclusal

Sua distância mésio-distal é a maior do que a vestíbulo-lingual. A maioria destes
dentes, apresentam cinco cúspides (três vestibulares e duas linguais). Dentre as cinco cúspides,
a mais volumosa é a mésio-lingual, seguida em ordem decrescente das cúspides mésiovestibular,
disto-lingual, vestíbulo-mediana e disto-vestibular.
Separando as várias cúspides, existem diversos sulcos:
1 - Sulco principal mésio-distal - forma uma linha quebrada ou discretamente sinuosa.
Separa as cúspides vestibulares das cúspides linguais. Este sulco é interrompido por duas
fossetas: uma central, maior e outra distal.
2 - Sulco vestíbulo-oclusal - mediano, perpendicular ao anterior, que invade a face e
termina numa depressão triangular. Separa as cúspides mesio-vestibular e a vestíbulomediana.
3 - Sulco disto-vestibular - mais distalmente situado e ligeiramente oblíquo ao sulco
principal, porém de direção lingual. Separa, entre si, as cúspides disto-vestibular e vestíbulomediana.
4 - Sulco ocluso-lingual - também mediano e perpendicular ao sulco principal, porém
de direção lingual. Separa, entre si, as cúspides mésio-lingual e disto-lingual.
Ainda existem outros pequenos sulcos secundários que acentuam o feitio da face
oclusal deste dente. Em casos de desgaste, assim, a cúspide vestibular fica menor que a lingual
o que provoca uma inclinação nítida de lingual para vestibular.

                                                                 Fig.4: Face oclusal
Raiz

Duas raízes, mesial e distal iniciam-se no bulbo radicular. São achatadas no sentido
mésio-distal, sulcada, sendo a mesial ligeiramente maior e mais larga do que a distal.

ELEMENTOS DENTÁRIOS 37 E 47 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
SEGUNDO MOLAR INFERIOR

É menor que o primeiro. Contribui para isso o desaparecimento de uma cúspide na
oclusal e a tendência das duas raízes a reunirem-se.

Faces: Vestibular - Lingual - Mesial e Distal - Oclusal - Raiz

Face Vestibular

Difere do primeiro, pois nesta somente aparecem duas cúspides desiguais que são
separados por um sulco vestibular nítido. A cúspide de volume maior é a mésio-vestibular. O
volume do dente é menor do que a do dente anterior, pois este normalmente, possui duas
cúspides vestibulares. Borda cervical discretamente convexa para a raiz; bordas proximais
convexas, sendo a distal sempre mais curta e mais acentuada; borda oclusal separada em dois
segmentos.

                                                                Fig.1: Face vestibular
Face Lingual

Menor do que a vestibular, também tem os mesmos detalhes descritos, mas observase
maior convexidade nos sentidos cérvico-oclusal e mésio-distal. O sulco lingual é menos
nítido e não termina em depressão.

                                                                  Fig. 2: Face lingual
Faces de Contato

Semelhante às do primeiro molar. Na distal, observa-se maior diferença com relação
àquele, visto que o tamanho da cúspide vestibular do segundo é maior, mais inclinada e mais
convexa que a do primeiro.


                                                               Fig.3: Face de contato
Face Oclusal

Apresenta na maioria dos casos, quatro cúspides (duas vestibulares e duas linguais).
A cúspide mais volumosa é a mésio-lingual, seguida da mésio-vestibular, vindo depois a distovestibular
e, por último, a disto-lingual.
Raramente, este apresenta cinco cúspides. Em dentes normais, verifica-se a presença
de dois sulcos na face oclusal - sulco mésio-distal e vestíbulo-lingual - que se cruzam quase no
centro desta fase, apresentando no seu conjunto, um aspecto nitidamente cruciforme. Outros
pequenos sulcos destacam-se dos dois acima citados, entalhando ainda mais a face oclusal. Há
fossetas na face oclusal: duas proximais, triangulares, e uma central, losânglica e bem
acentuada.

                                                                 Fig. 4: Face Oclusal
Raiz

Semelhantes as do primeiro molar, porém, de silhueta um pouco mais esguia. Na
relação raiz-coroa, o segundo molar é mais alongado do que o primeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FIGUN, M. E., GARINO, R. R. Anatomia odontológica funcional e aplicada. 1ª. Ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.

LOGAN, B M; Reynolds, P. A.; HUTCHINGS, R. T. Atlas Colorido de Anatomia da Cabeça
e Pescoço de McMinn. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2005.

MADEIRA, M. C. Anatomia da face: bases anatomofuncionais para a prática
odontológica. 5ª ed. São Paulo: Sarvier, 2004.

MADEIRA, M. C. Anatomia do Dente. 3ª. ed. São Paulo: Sarvier, 2004.

PICOSSE, M. Anatomia dentária. São Paulo, Sarvier, 1983

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